Diante dessa nova trajetória do Brahman, o perfil de seleção desses rebanhos agora se volta para a funcionalidade a pasto. Um dos introdutores da raça no país, o criador fluminense Eduardo Roscoe Bicalho, entende que o mercado pede por exemplares com alto potencial para prenhez, facilidade para parto natural, além de precocidade sexual e ganho de peso. E é por disponibilizar animais com este perfil que este zebuíno permanece como a raça que mais cresce no Brasil. “Estamos seguindo o caminho natural, as fêmeas continuam tendo liquidez, mas hoje os criadores querem tourinhos para cobrir a vacada. Praticamente não tenho mais machos, por ano chego a vender 150”, conta Bicalho. O criador partilha da opinião de que há um equilíbrio na pirâmide, por meio dessa expansão no rebanho feita de forma efetiva.
Diante deste cenário, o preço do Brahman também se acomodou num patamar mais acessível, dentro da média do mercado. “Mesmo com uma pequena diferença, com animais mais pesados ao abate, a diferença é compensada. Em um plantel de 30 mil cabeças, por exemplo, abatendo exemplares com 1@ a mais de peso que a média, o criador tem um retorno bem maior”, opina Carboni.
Também com um grande histórico na pecuária, não só de corte, Carlos Roberto Barbosa Salgado cria Brahman há cinco anos, na região de Macaé/RJ, e acredita que a raça chegará a ser predominante entre o zebu, como acontece em diferentes países. Para isso, além de um acompanhamento por parte das entidades brahmistas, no que diz respeito à padronização racial, ele destaca a importância do papel das exposições nessa divulgação. “Elas servem para validar e demonstrar ao público tudo o que se diz a respeito do Brahman”.
O otimismo que permeia os criadores e que celebram esse avanço nos campos fluminenses marca um novo momento na pecuária do estado. “O pioneirismo do Rio de Janeiro, seja na introdução do Nelore, seja na do Brahman, que passaram por aqui, segue agora também no que diz respeito à criação de um gado funcional, que não está tão focado em pista, mas o boi de pasto, que ganha peso, monta”, conclui o criador Selvi José Carboni.