Depois de se consolidar como uma das regiões mais expressivas na produção de genética Brahman e do pioneirismo na introdução desta raça no plantel nacional, o gado Brahman avança no estado do Rio de Janeiro a partir da intensa utilização de machos a pasto, prática que abrange cada vez mais os rebanhos comerciais fluminense.
A experiência é comum a todos os criadores, não só do Rio de Janeiro como também de outros estados brasileiros. O que se percebe no momento atual é uma grande demanda por tourinhos – procura estimulada pelos resultados apresentados pelo Brahman cruzado com outras raças, originando animais com maior peso a desmama, melhor acabamento de carcaça e uma qualidade de carne elevada. “Diante desses resultados, em especial no norte fluminense, a raça está sendo introduzida na pecuária do estado de forma bastante significativa, mas não tem entrado pela elite e sim pelo boi a pasto. Isso tudo reflete investimentos anteriores de criadores que acreditaram no Brahman e já tinham um know how na atividade antes de investir na raça”, informa o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Estado do Rio de Janeiro, Aldo Valente.
O presidente da entidade estadual aponta ainda, como consequência deste trabalho, uma evolução no número de animais nos últimos anos, algo que proporcionou um equilíbrio entre a base e o topo da pirâmide que sustenta a raça. Tecnologias de multiplicação, como Transferência de Embriões e Fertilização in Vitro, foram algumas das ferramentas que propiciaram uma oferta de exemplares capaz de atender a essa demanda.
Pecuarista de longa data, o criador Selvi José Carboni iniciou no Brahman há cinco anos, no município de Rio Bonito/RJ. A decisão foi tomada depois de conhecer o gado e se impressionar pela docilidade pelo seu bom acabamento de carcaça e pelo diferencial do ganho de peso, que chega a atingir 18@ bem antes de completar 24 meses. Com base em sua experiência – reforçada por anos atuando no setor frigorífico – Carboni ressalta que quem experimenta a raça dificilmente volta atrás, prova disso é o crescimento na procura por animais. “A demanda por touro é tamanha que algumas vezes eles chegam a faltar, especialmente para disponibilizarmos em leilão, já que os compradores nos procuram na própria fazenda. Muitos deles chegam à propriedade, olham para os tourinhos com 860 a 900 quilos, criados a pasto, e reconhecem que é este o tipo de animal que eles procuram e precisam”, ressalta.
