Novo acordo deve abrir apetite
chinês por carne brasileira
O maior consumo de proteínas beneficiará o Brasil também de forma indireta. A alimentação dos animais forçará a China a importar mais componentes para rações.
Zan Linsen, diretor do Centro Nacional do Desenvolvimento de Carne Bovina na China, diz que o consumo médio de carne bovina ocupa novos espaços na dieta. Há duas décadas, a carne suína somava 95% do consumo de proteínas da China. Esse percentual caiu para 65%.
O crescimento de renda dos últimos anos já garantiu boa evolução no consumo. Se a economia voltar a crescer com mais dinamismo, o poder de compra vai exigir ainda mais carne bovina.
Em 2014, Hong Kong foi o líder nas importações brasileiras, ao comprar 401 mil toneladas de carne bovina por US$ 1,7 bilhão. O crescimento foi de 17% no valor e de 9% no volume. Já os chineses compraram apenas 115 toneladas, por US$ 486 mil.
A abertura vai dar novas vantagens para as vendas brasileiras para aquele mercado, mas o crescimento deverá ser lento. Hoje, a China já consome carne brasileira, que entra via Hong Kong.
Apesar de ter o terceiro maior rebanho comercial do mundo –perdendo para Brasil e Índia–, os chineses mantêm no pasto só 100 milhões de cabeças de gado, pouco para um país daquela dimensão.
Os chineses consomem 7,3 milhões de toneladas de carne bovina, com produção de 6,8 milhões.
O consumo de carne bovina subiu 13% em quatro anos na China e a produção avançou 5%, o que dá a dimensão da importância da abertura do mercado chinês para novos frigoríficos brasileiros.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.